Esse texto de caráter informativo é o primeiro da coluna GEOgrafoot e tem como principal foco analisar situações do futebol, nesse caso especifico, algumas semelhanças entre os técnicos Sir Alex Ferguson e Ole Gunnar Solskjaer, para fomentar debates que interessem aos amantes do futebol, de forma sucinta que caibam no cotidiano de todos os leitores ou ouvintes.
“He has been my mentor”. Essas foram as palavras de Ole Gunnar Solskjaer (OGS) durante sua primeira coletiva de imprensa como treinador interino do Manchester United. A frase nos faz crer que OGS seria o próximo Sir Alex Ferguson (SAF), porém, vamos com calma, tentarei analisar algumas semelhanças no perfil de treinador dos dois.
Primeiro, faz-se notar que não analisaremos taticamente a forma de se comportar dentro de campo do Manchester United nos dois períodos, pois, ao meu ver, é difícil tentar analisar dois períodos futebolísticos diferentes. Mesmo que Ferguson tenha aposentado em 2013, nesses 6 anos a impressão que eu tenho é que o jogo tem evoluído drasticamente. Faz-se notar a presença no banco de reservas do ex-treinador adjunto de SAF, Mike Phelan, que hoje atua ao lado de OGS e pode agregar com experiência para o time atual.
A primeira semelhança que eu trago é o fato dos dois utilizarem com profundidade o elenco e principalmente os meninos da base. Os exemplos que eu trago é do maior uso de Andreas Pereira, Mason Greenwood e Scott McTominay, que voltaram a ser bastante utilizados com a chegada de OGS. A maior utilização de jogadores como Dalot e Fred deixam bem claro que o elenco está sendo utilizado mais profundamente, parte disso podendo se atribuir a lesões, como também as variações tácticas, por exemplo Dalot se posicionando como médio lateral cumprindo um papel mais marcador.
Uma semelhança entre os dois treinadores é a forma que eles adaptam os times para os diferentes jogos. É sabido que há treinadores que mantém uma forma de jogar no campeonato inteiro (como Sarri) e outros que variam mais (como Pochettino). OGS tem variado o time e seus esquemas tácticos entre os jogos, entretanto era uma característica muito marcante nos times do Ferguson uma forma de jogar os jogos muito similar, sem tantas variações tácticas. Entretanto faço lembrar que ele adaptava as escalações, lembro-me de SAF explicando a escalação de A. Valencia (preterindo Nani) contra o Wigan a partir da característica física do jogo e OGS faz alterações que me levam a crer que segue o mesmo princípio, como escalar Fred de volante mais recuado contra o West Ham (ao meu ver foi para deixar o time com mais saída de bola e mais ofensivo).
Há obviamente a semelhança da identificação com o clube, OGS parece não somente se importar com sua carreira como outros treinadores que passaram mas também com a instituição, como um torcedor e ídolo do clube. Ter um ídolo no comando técnico também traz uma situação já comum aos torcedores do Red Devil, que teve SAF como ídolo no banco de reservas por muitos anos, essa condição traz um apoio especial das arquibancadas e uma tranquilidade maior para trabalhar. A identificação pode trazer novamente aquela noção, talvez perdida dentro dos bastidores, do gigante que é Manchester United e que nenhum jogador ou treinador é maior do que isso. Hoje efetivo no cargo, com 3 anos de contrato assinado, tem tudo para ser novamente um grande ídolo do Manchester United, agora como técnico, e trazer novamente longevidade a esse cargo.
Autor: Guilherme Santiago Gama
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